sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PROJETO PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

O QUE UM BOM PROJETO PARA EDUCAÇÃO INFANTIL PRECISA TER??

As crianças são movidas pela curiosidade e disposição para adquirir novos conhecimentos. Mas os projetos didáticos precisam oferecer tempo e estímulo para a continuidade do pensamento e o aprofundamento das aprendizagens. Confira o artigo de Clélia Cortez, formadora no Instituto Avisa Lá e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, sobre esse assunto.

. Por que trabalhar com projetos na Educação Infantil?

Em todo canto, um planejamento. Jogos. Foto: Pedro Silveira
Clélia Cortez, formadora no Instituto Avisa Lá. Foto: Gabriela Portilho
Clélia Cortez, formadora no Instituto Avisa Lá
Proponho uma reflexão sobre os sentidos da realização de projetos na Educação Infantil e os desdobramentos dessa escolha metodológica na ação educativa.
São vários os aspectos que devem ser considerados quando o professor escolhe esta modalidade organizativa para desenvolver sua ação com as crianças. O primeiro e, sem dúvida, o mais importante é o sentido que pode ser atribuído às aprendizagens. Muitas vezes ouvimos os profissionais envolvidos no trabalho com crianças pequenas contarem que desenvolvem projetos para trabalhar diversos temas visando alcançar diferentes objetivos.
Há projetos que têm como foco o desenvolvimento de comportamentos leitores ou visam à aproximação com determinados conceitos científicos ou fatos históricos, enquanto outros são voltados para os conhecimentos em arte. Enfim, são inúmeras as possibilidades de pesquisas feitas com as crianças que podem ser organizadas por meio desta forma de trabalho.
Os projetos podem reunir uma série de condições favoráveis para que a escola assuma sua maior responsabilidade: promover a construção de novos conhecimentos com sentido e profundidade. Mas, para que isso ocorra, quais são os pontos a que o professor deve prestar atenção?
Um aspecto muito importante é a escolha do tema. A quem cabe essa decisão: ao professor ou à criança? Reflexões feitas por professores em encontros de formação têm nos mostrado que a ideia de que um projeto só é significativo quando surge com base no que as crianças propõem é inconsistente. Algumas vezes, inclusive, sem que tenha consciência disso, o professor afirma que baseia a sua prática em uma abordagem democrática, mas, ao analisarmos com cuidado o planejamento e suas escolhas, vemos que as decisões consideraram mais o ponto de vista do adulto do que o da criança.

Ao escolher trabalhar com projetos, o professor de Educação Infantil precisa ter foco e clareza de seus objetivos. Um bom planejamento o ajudará a avaliar de forma permanente o projeto e a escolher intervenções adequadas para responder às demandas das crianças durante o percurso

2. Foco do professor deve ser a ampliação dos saberes

Aluna da pré-escola posando para ensaio de capa da revista Nova Escola Gestão Escolar. Foto: Marina Piedade
As crianças são ávidas por conhecimento e o adulto pode potencializar esse interesse por tantos assuntos oferecendo boas perguntas e bons cenários de pesquisa. Isso não significa que o professor deve conduzir as ações considerando exclusivamente seu ponto de vista. Ao contrário, um projeto visa dar sentido às aprendizagens e isso ocorre desde o início, com a escuta do que pensam e narram as crianças e a relação que ele estabelece entre essa escuta e os propósitos de aprendizagens escolhidos para a atividade.
O papel do professor na condução de um projeto é de mediador, um provocador de novos sentidos e curiosidades. A intervenção acontece quando as crianças pedem e também quando ele mesmo vê essa necessidade e considera que há tempo adequado para acrescentar novas perguntas ou informações.
A atuação do professor, embora não tenha caráter direcionador, em nenhum momento deve ser de abandono. É preciso oferecer apoio constante para ampliar os saberes que circulam no grupo. A cada momento, o professor toma uma atitude que considera a curiosidade das crianças, as intenções da pesquisa, a possibilidade de intercâmbio de opiniões, a negociação conjunta durante os momentos de socialização (que, aliás, é uma intervenção permanente no projeto) e a oportunidade de sistematizar os conhecimentos construídos pelo grupo para serem retomados e discutidos ao longo do processo.
Outro aspecto que merece atenção é o desenvolvimento do percurso de trabalho. Quando o professor decide envolver um grande número de áreas em um mesmo projeto, não há dúvida de que ele possui a boa intenção de ampliar os conhecimentos das crianças. Contudo, é importante considerar que o excesso de conteúdos pode comprometer o aproveitamento de todo o potencial de conexões entre os assuntos e a construção de alguns conceitos. Para que a aprendizagem ocorra, é preciso envolver as crianças com regularidade em contextos de pesquisa em torno de um mesmo assunto e permitir que haja possibilidade de errar, socializar pensamentos, perguntar e estabelecer relações entre um conhecimento e outro.
Quando o planejamento e o desenvolvimento de um projeto transitam por muitos temas, as crianças podem não aprofundar seu conhecimento. E o conteúdo que, inicialmente, deveria estar no foco da intenção educativa termina por ser abordado somente de maneira superficial

. Projeto bem planejado é o que dá mais oportunidade de aprender

Criança observando a estante de livros para crianças. Foto: Marcelo Almeida
Estabelecer um foco durante o planejamento do projeto é essencial para que as crianças possam experimentar de fato o papel de pesquisadoras e serem protagonistas de sua aprendizagem. Quando são fornecidos tempo e condições para a continuidade do pensamento em torno de um assunto, as crianças têm mais oportunidades de elaborar novas conexões e isso, com certeza, pode envolver outras áreas do conhecimento. Mas é importante não perder a dimensão das expectativas de aprendizagens e pensar em intervenções que possam tanto relacionar como aprofundar os conceitos das diferentes áreas que serão trabalhadas.
Por exemplo, se o professor tem intenção de trabalhar as características dos animais marinhos em Ciências, é interessante que selecione boas referências de textos informativos para apresentar às crianças. Mas isso não é suficiente para afirmar que está tratando de procedimentos característicos das Ciências.
Muitas vezes, o trabalho fica mais voltado para a leitura do que para a investigação científica propriamente dita. Claro que isso não é um problema, se a escolha do projeto for apenas trabalhar com textos de caráter informativo e muitas produções interessantes podem surgir disso.
Porém, se o professor deseja trabalhar tanto com leitura e escrita como com os conteúdos de Ciências, é preciso estar atento a algumas questões. Nesse caso, o projeto deve desenvolver atividades relacionadas à leitura e à escrita como: leitura feita pelo professor, procedimentos para o estudo de um texto, seleção de elementos que dialogam com a curiosidade das crianças, registro pelo professor de textos orais elaborados pelo grupo etc.
E, para abordar os conteúdos de Ciências, esse mesmo projeto deve incluir observação de fatos e fenômenos, formulação de hipóteses, demonstrações e experimentos, reflexão sobre as leituras em diferentes fontes, registros, além das discussões e conclusões feitas de forma coletiva e individuais. Ou seja, também devem estar presentes atividades que fomentem a curiosidade e a construção de novos questionamentos relacionados às Ciências.
4. Curiosidade orienta o desenvolvimento do projeto e a ação do professor
Em todo canto, um planejamento. Leitura. Foto: Pedro Silveira
Outro ponto a ser discutido é o tratamento destinado à curiosidade das crianças. Segundo o dicionário Houaiss, a palavra curiosidade está relacionada com o "desejo intenso de ver, conhecer, experimentar alguma coisa nova, original, pouco conhecida ou da qual nada se conhece"; "vontade de aprender, saber, pesquisar", ou ainda, "desejo irrequieto".
É inegável que as crianças possuem desejo constante de novos conhecimentos e isso pode ser explorado cuidadosamente em um projeto. Cabe ao professor selecionar o que é essencial para determinado processo de pesquisa e cuidar para que as perguntas elaboradas sejam de fato ferramentas para a reflexão.
Trabalhar a curiosidade significa promover a interação da criança com ambientes desafiadores que guiem seu pensamento para o que está em foco na investigação. É preciso ter em mente que os contextos planejados podem tanto alargar as experiências como restringi-las. Por isso, colocar as crianças como protagonistas de suas aprendizagens significa interagir com as suas narrativas e expressões, interpretá-las e sempre relacioná-las com a intencionalidade do projeto.
Essa não é uma tarefa simples. Exige reflexões constantes por parte do professor durante o planejamento e a ação. Por exemplo, se a intenção é gerar contextos significativos de leitura que favoreçam a imersão das crianças nas narrativas de qualidade, o professor pode planejar seu projeto levando em consideração a seguinte questão: o ambiente criado para a leitura (o acervo, o acesso aos livros na biblioteca, a organização do espaço da sala etc.) é convidativo?
Outras perguntas podem ser feitas: ao realizar a leitura do livro Chapeuzinho Vermelho em voz alta, por exemplo, o que as crianças poderão aprender com essa situação? Que intervenções podem ser antecipadas com base nas intenções de aprendizagem do projeto? A sequência de planejamento do projeto garante espaços para que as crianças recuperem e compartilhem suas observações sobre os textos apreciados? Com base nos conhecimentos que apresentam e, de acordo com o que foi colocado como intenção de aprendizagem, o que é preciso contemplar nos próximos planejamentos? Como esse projeto pode contribuir para que a leitura seja uma ação permanente na rotina do grupo?
Perguntas como essas podem ajudar o professor a conhecer mais as crianças com as quais trabalha e também a refletir sobre os objetivos e encaminhamentos pensados para o projeto.
  • 5. Planejar sem abrir mão da flexibilidade

    Em todo canto, um planejamento. Desenho. Foto: Pedro Silveira
    Outros aspectos que merecem destaque estão relacionados ao planejamento das etapas do projeto didático e a socialização de seus propósitos com o grupo. Cada situação planejada precisa apresentar bons problemas e relacionar os conhecimentos prévios das crianças com os novos, segundo o que o professor considera pertinente.
    Há uma relação estreita entre o conjunto de intenções levantadas pelo professor e que foi compartilhado com as crianças como sendo as metas do projeto. Se o professor tem como objetivo principal ampliar o conhecimento sobre contos de fadas e combinou com elas a escolha dos textos para leitura e apresentação à comunidade escolar, é importante planejar situações que garantam a apropriação de determinadas noções antes de chegar a esse propósito final.
    Portanto, o professor deve garantir a continuidade e diversidade de leitura dos contos, selecionar com as crianças os preferidos, ler daqueles que serão recontados, registrar e revisar os textos ditados, enfim, envolver as crianças de fato na resolução do problema que foi compartilhado durante o projeto.
    O desafio (que, sem dúvida, requer empenho) é criar condições para que expandam as suas experiências e não para que fiquem dando voltas em torno do que já sabem.
    Vale salientar que o planejamento, além de dialogar o tempo todo com as intenções de aprendizagem, demanda flexibilidade nas intervenções, pois não é possível prever tudo o que as crianças podem falar, pensar e relacionar após serem estimuladas por perguntas, pelos contextos de pesquisa, pelo acesso às informações de variadas fontes e, sobretudo, pela socialização dos conhecimentos com o grupo.
    Ao trabalhar com projetos, o professor torna-se também um pesquisador do pensamento das crianças, dos conhecimentos pertences à cultura e da sua própria prática. Depois de um intenso movimento de investigação com e sobre as crianças é impossível não aprender também sobre si mesmo.
      

AUTISMO PRIMEIROS SINAIS

OS PRIMEIROS SINAIS DO AUTISMO

Os primeiros sinais do autismo


Algumas pistas podem ajudar os pais a antecipar a descoberta do problema em bebês e aumentar o progresso do tratamento

19/03/2013 12:23
Texto Talita Eredia
Saude
Foto: sxc.hu
Foto: É importante observar alguns aspectos ligados aos sentidos e à socialização dos pequenos
É importante observar alguns aspectos ligados aos sentidos e à socialização dos pequenos
Receber o diagnóstico de autismo de um filho é como embarcar rumo a um universo desconhecido. É preciso encontrar a maneira de aterrissar nesse pequeno mundo em que a criança parece estar isolada. A doença, uma espécie de pane do desenvolvimento neurológico, costuma ser identificada pelos médicos entre 1 ano e meio e 3 anos, mas especialistas apostam que os próprios pais são capazes de detectar os primeiros sinais a partir dos 8 meses e, assim, buscar ajuda especializada quanto antes.

Pesquisadores da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, descobriram que a chave para esse flagra precoce está na comunicação não verbal. A equipe do professor de psicologia Daniel Messinger comparou crianças sem histórico familiar do problema com irmãos caçulas de autistas, que teriam um risco maior de herdá-lo. Foi observado o modo como o bebê olha para objetos, o jeito como ele pede o que deseja e como reage quando lhe apontam para alguma direção. Pequenos com falhas gestuais nos primeiros meses de vida apresentaram sinais mais evidentes de autismo após os 2 anos e meio de idade.


              OLHARES PERDIDOS
É possível observar outros indícios nos bebês, como explica o médico Estevão Vadasz, coordenador do Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. "O olhar é extremamente importante para demonstrar o vínculo materno", exemplifica. "Mas, enquanto é amamentado, o autista pode não fitar a figura da mãe e ter um olhar perdido."

                ENTRE A APATIA E A INQUIETAÇÃO
Outro comportamento que pode acender a luz amarela é ele aceitar o colo de qualquer pessoa. "Com 8 meses, a criança costuma estranhar quem não é do seu convívio e até chorar, mostrando que está insatisfeita. Já um autista sente-se igualmente confortável com qualquer um", lembra o psiquiatra.

O choro quase ininterrupto, uma inquietação constante ou, ao contrário, uma apatia exacerbada também merecem atenção. "Muitas vezes os médicos não observam a relação entre o bebê e as pessoas, porque focam o aspecto orgânico", aponta Cristina Keiko Inafuku de Merletti, psicóloga da ONG Lugar de Vida, especializada no acompanhamento de autistas. Ela alerta que, quando o autismo é leve, exames eletroencefalográficos, genéticos e de neuroimagem às vezes não acusam alterações significativas. Daí, mais do que nunca, conta a percepção dos pais no dia a dia

             SENTIDOS DIFERENCIADOS
Vale notar até mesmo se o pequeno se incomoda com o toque, com alguns sons e com certas texturas de alimentos, o que chega a dificultar demais a transição do leite para as comidas sólidas. Como o autista tem os sentidos afetados, isso também costuma ocorrer.
              DE OLHO NO COMPORTAMENTO
Em casa, nota-se a ausência de fala, uma aparente surdez e os movimentos pendulares estereotipados de tronco, mãos e cabeça. Já os especialistas analisam transtornos de linguagem, de socialização, comportamentos restritos e repetitivos. O espectro autista é diferenciado pelos graus de comprometimento dessas características (saiba detalhes no quadro abaixo). A doença atinge mais meninos - quatro para cada menina -, e metade dessas crianças tem ainda algum retardo mental.

Muitas vezes são diagnosticadas enfermidades associadas, como convulsões, e até epilepsia. Encrencas gastrointestinais são igualmente comuns. Como não mostram o que sentem, principalmente a dor, os pais devem ficar de olhos abertos. Crises de ansiedade e até a agressividade também afetam o tratamento
                           E O TRATAMENTO?
Especialistas brasileiros e americanos já iniciaram os testes com o hormônio oxitocina, ligado à afetividade, como alternativa.

As avaliações são individuais, mas as terapias costumam ser feitas em grupos para estimular a socialização. Englobam o acompanhamento comportamental, o pedagógico e o aprimoramento da comunicação. "E, quanto mais cedo as intervenções forem iniciadas, maiores são os progressos, principalmente nas relações afetivas, nas atividades diárias e motoras", ressalta Daniel Messinger, líder do estudo americano.

Carolina Ramos Ferreira, coordenadora pedagógica da Associação de Amigos do Autista (AMA), reforça que é importante dar continuidade em casa ao trabalho realizado pelos especialistas. "É preciso incentivar, ensinar a se vestir, a escovar os dentes e a comer sozinho. O excesso de proteção pode fazer com que os pais bloqueiem ainda mais a autonomia dessas crianças e jovens", alerta.

ARTE PARA CRIANÇAS...


ARTES

8 motivos para seu filho estudar artes


As aulas de Artes não servem apenas para desenhar e pintar. Saiba por que é importante que elas sejam levadas a sério - por alunos, pais e professores


01/03/2013 15:52
Texto Marina Azaredo
Educar
Foto: Claudia Marianno
Foto:
"Estabelecer contato com as artes afeta nossa vida e a forma como vemos o mundo"


 A disciplina de Artes - ou Educação Artística - foi, durante muito tempo, considerada "menor" por alunos, pais e até professores. As aulas consistiam basicamente em fazer e colorir desenhos. Mas a verdade é que estudar Artes é essencial, não só pelo conhecimento que se adquire nas aulas, mas também porque favorece a aprendizagem de outras disciplinas.
1808Especial Matérias Curriculares 
Veja por que as matérias obrigatórias da escola são essenciais para a formação do seu filho!



"A disciplina de Artes na escola, quando trabalhada adequadamente, proporciona à criança dispositivos para reagir aos apelos sensoriais e cognitivos que o mundo contemporâneo impõe", afirma Marilda Oliveira de Oliveira, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte, Educação e Cultura (Gepaec), da mesma universidade.

É por isso que as aulas de Artes devem ir muito além do básico de desenhar, recortar e pintar. "Além de usar todo tipo de material e fazer atividades diferentes, como o bordado, é importante falar de História da Arte desde cedo", recomenda Léo Ivan Rodrigues, professora de Artes do Colégio Santa Maria, em São Paulo. Mesmo com crianças do Ensino Fundamental, é possível proporcionar a reflexão por meio da arte, garante. E os pais têm papel importante nesse processo. Enquanto os professores trabalham a parte pedagógica na escola, a família pode incentivar o gosto pela arte levando as crianças a museus, por exemplo.

Leia abaixo quais são os benefícios das aulas de Artes e faça a sua parte:descubra como aproximar o seu filho do mundo da arte em uma visita ao museu!
1. Proporciona crescimento humano
Da mesma maneira que é importante que as crianças tenham aulas de português, inglês, matemática, ciências, também é importante que tenham aulas de Artes, não apenas de artes plásticas, mas também de artes visuais, artes cênicas, música e dança. "A criança no Ensino Fundamental necessita ter contato com todas as áreas do conhecimento para seu desenvolvimento como ser humano", afirma Marilda Oliveira de Oliveira, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
. Amplia o território visual
Uma criança que aprende duas ou três línguas certamente será uma criança que irá se relacionar com outras culturas e aprender a respeitar o outro de uma forma diferente. Da mesma forma, uma criança que tenha contato com o mundo da arte poderá ampliar seu território visual, perceber um filme de uma forma aprofundada, olhar uma revista de outra maneira, perceber coisas que poderiam passar despercebidas, assistir um comercial televisivo com outra postura. "Estabelecer contato com as artes afeta nossa vida e a forma como vemos o mundo", diz Marilda Oliveira de Oliveira, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
3. Ajuda a entender o mundo em que vivemos
"A disciplina de artes visuais na escola, quando trabalhada adequadamente, oferece à criança os dispositivos necessários para reagir aos apelos sensoriais e cognitivos que o mundo contemporâneo nos impõe", explica Marilda Oliveira de Oliveira, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). De acordo com ela, as aulas de Artes não se restringem apenas ao desenvolvimento de habilidades manuais ou de coordenação motora, por exemplo, mas abrangem um território muito mais amplo, proporcionando uma melhor compreensão do mundo em que vivemos.
 Melhora a coordenação motora
Desenhar, pintar, recortar, colar. Tudo isso trabalha a coordenação motora das crianças. Em uma fase da vida que elas ainda estão desenvolvendo as habilidades manuais, é importante que possam fazer isso de forma lúdica, nas aulas de Artes na escola. "Nas aulas, não nos limitamos só ao desenho. Usamos nanquim, aquarela, giz de cera e muitos outros materiais, para que os alunos desenvolvam a coordenação motora de forma lúdica e divertida", afirma Léo Ivan Rodrigues, professora de Artes do Colégio Santa Maria, em São Paulo
5. Ajuda no processo de alfabetização
De acordo com Léo Ivan Rodrigues, professora de Artes do Colégio Santa Maria, em São Paulo, as aulas de Artes podem contribuir - e muito - para o processo de alfabetização das crianças, e não só pelo seu papel no desenvolvimento da coordenação motora. "Quanto mais um aluno se expressa por meio da arte, melhor ele compreende o processo de leitura e escrita", explica ela, que é professora justamente do 1º ano do Ensino Fundamental, quando as crianças estão em fase de alfabetização. Por isso, quanto mais cedo a criança começar a ter contato com a arte, melhor!
6. Desenvolve a atenção
Quando uma criança pequena tem de fazer um recorte, ela precisa de muita atenção para não errar. O mesmo acontece quando ela tem de pintar um desenho. Por isso, as aulas de Artes, além de desenvolverem coordenação motora dos pequenos, aprimoram a sua capacidade de atenção - que é imprescindível não só na infância, mas durante toda a vida. "A atenção é fundamental também para as outras disciplinas, como matemática. Por isso, as aulas de Artes são importantes inclusive para o aprendizado de outras matérias", diz Léo Ivan Rodrigues, professora de Artes do Colégio Santa Maria
7. Incentiva o gosto por outras disciplinas
Artes e outras disciplinas podem caminhar juntas e tornar as aulas mais prazerosas para alunos e professores. Diante de um quadro como A Liberdade Guiando o Povo, de Eugene Delacroix, por exemplo, uma criança pode ser apresentada a alguns tópicos da Revolução Francesa. A professora Léo Ivan Rodrigues, professora de Artes do Colégio Santa Maria, também já uniu Artes à Biologia. Em uma visita à Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, metade dos alunos viu as obras de arte enquanto a outra metade ficou observando a vegetação com uma professora de Ciências. Depois, os grupos inverteram as atividades. "Ao fim, todos tiveram de fazer desenhos das árvores que haviam observado", conta ela.
8. Faz pensar
"A perspectiva da cultura visual é um campo de estudo híbrido porque se desenvolveu a partir de vários outros campos, como a filosofia, a sociologia e a antropologia. É um campo de estudo que questiona sobre as práticas de olhar e os efeitos do olhar sobre quem olha", explica Marilda Oliveira de Oliveira, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entender a arte e a história da arte é um exercício que exige reflexão, que nos faz pensar sobre o que estamos vendo e por que estamos vendo de determinada maneira